BONSAI

O livro de Alejandro Zambra, um grande expoente literário chileno da atualidade, há uma incomum forma de se manter o interesse mesmo após iniciar o livro com os dizeres «No final ela morre e ele fica sozinho» qual revela o fim da história a ser contada. Um livro curto mas muito atraente de se conhecer.

O autor trabalha logo no começo em contar o final de um romance entre dois jovens: Julio e Emilia, quando de cara ambos não gostavam um do outro, mas após uma noite de estudos onde se conheceram mais a fundo isso muda. Ela chilena, com conceitos diferentes e ele negava a seriedade como um estilo de vida. Desencontros pequenos perto do que sentiriam dali pra frente, após se conhecerem verdadeiramente. Conhecemos Emilia mais a fundo, para criar a simpatia e duvida de o que aconteceu com uma personagem tão fascinante.

.Assim Alejandro, apostando na ideia de que se vá querer saber portanto, o que levou a este final. A curiosidade e tentativa de encontrar as razões pelo acontecido, a busca pelo duvidoso, que atiçam o ser humano em sua mais profunda essência. Foi certeiro.O fim, o começo, o meio e novamente o fim sem ser um final a valer.Astuto em seu jogo de palavras, construções de frases impactantes e ao mesmo tempo leves.

Enquanto é referenciada uma alusão ao Bonsai. A arvore propriamente dita na história :

“Um bonsai é uma réplica artística de uma árvore em miniatura. Consta de dois elementos: a árvore viva e o recipiente. Os dois elementos têm de estar em harmonia e a seleção do vaso apropriado para uma árvore é, por si só, quase uma forma de arte. A planta pode ser uma trepadeira, um arbusto ou uma árvore, mas naturalmente alude-se a ela como árvore. O recipiente é normalmente um vaso ou bloco de rocha interessante. Um bonsai nunca é chamado de árvore bonsai. A palavra já inclui o elemento vivo. Uma vez fora do vaso, a árvore deixa de ser um bonsai.” 

Por vez

Terminamos o livro com um sentimento melancólico, de tristeza e admiração pela beleza da vida. Afinal, desde o principio estamos sendo moldados para aceitar que não podemos mudar o fim. Tudo terminara sem que possamos fazer nada mesmo sabendo de como termina. «Não é porque se sabe de uma coisa que pode impedi-la».

Há entre isso, algo bem familiar. A vida.

Sabemos que um dia, chega o fim, acabara. Mas então, o que nos mantem motivados e ainda esperando por algo, se não o desejo de possuir o conhecimento dos fatos que nos moveram até lá? Sabemos que irá, mas como? E perante a isso, ficamos fissurados em conhecer a história para entender o que levou e como tudo chegou onde esta. (Ou irá um dia).

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